O empreendedorismo feminino é um movimento que vem crescendo bastante nos últimos anos. Só no Brasil, de acordo com o SEBRAE, cerca de 24 milhões de novos negócios são abertos por mulheres.
Embora estejam ocupando cada vez mais espaço no mercado empreendedor, elas ainda enfrentam muitos desafios e barreiras, dos quais falaremos posteriormente.
Além disso, nas próximas linhas vamos descrever o perfil dessas mulheres e abordar a importância de se incentivar o empreendedorismo feminino. Acompanhe!
O que de fato é empreendedorismo feminino
O empreendedorismo feminino pode ser definido como um movimento que reúne negócios criados e comandados por uma ou mais mulheres. Inclusive a posição de liderança, protagonizada por elas nas organizações. Isso porque a capacidade de empreender não está relacionada a apenas uma pessoa que abre seu próprio negócio, mas também àquela que tem foco, determinação e coragem para inovar.
No entanto, o empreendedorismo feminino é ainda mais amplo porque rompe com um padrão pré-concebido de questionamento da capacidade de liderança feminina.
Como surgiu?
A princípio, não se sabe ao certo como esta modalidade de empreendedorismo surgiu. Mas, sem dúvida, o Dia Internacional da Mulher, instituído em 8 de março teve sua contribuição na origem do empreendedorismo feminino.
No decorrer do tempo, a data comemorativa vem ganhando novo significado, tomando como base a busca por respeito e igualdade de direitos.
Atualmente, o Dia do Empreendedorismo Feminino é comemorado em 19 de novembro. A data foi criada em 2014 pela ONU Mulheres, que é um braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para fortalecer e potencializar os esforços mundiais em defesa dos direitos das mulheres, reduzindo a desigualdade de gênero.
Afinal, quem são elas?
Muitas mulheres empreendem devido à necessidade de terem outra fonte de renda ou para se tornarem independentes financeiramente.
Ainda de acordo com o SEBRAE, o país conta com aproximadamente 9,3 milhões de mulheres à frente de uma empresa, sendo que 45% delas são chefes de família.
As mulheres têm destaque em diversos setores, representando 48% dos microempreendedores individuais (MEI) e em comparação com os homens que empreendem, elas possuem escolaridade 16% superior.
Porém, seus negócios faturam 22% menos.
Em 2018, por exemplo, os donos de negócio do sexo masculino tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344, enquanto que o rendimento das mulheres ficou em R$ 1.831.
Provavelmente, já deu pra notar alguns dos problemas com os quais as mulheres empreendedoras precisam lidar. De toda forma, vale tratá-los com mais profundidade a seguir.

Quais os desafios da mulher empreendedora?
O empreendedorismo feminino é desafiador sob muitos aspectos. Dentre eles, destacamos o preconceito, a múltipla jornada, a disparidade de salário, e a falta de oportunidade.
Preconceito
Antes de qualquer coisa, a discriminação que se baseia em estereótipos de gênero, é um grande problema que o empreendedorismo feminino enfrenta. Afinal, as mulheres ainda sofrem julgamentos e tratamentos diferentes em relação aos homens.
Infelizmente, eles ainda são considerados mais competentes e habilidosos quando o assunto é negócios. Principalmente nas áreas de tecnologia, e informática, nas quais a presença feminina ainda é extremamente baixa.
Jornada Múltipla
Embora a mulher tenha ampliado sua participação no mercado de trabalho nas últimas décadas, existe uma pressão social e cultural que as responsabiliza pelos cuidados com o lar e com os familiares. Essa jornada múltipla gera uma grande sobrecarga e faz com que muitas mulheres desistam dos negócios.
Disparidade de salário
Embora as mulheres invistam mais em capacitação, elas faturam muito menos que os homens. Segundo dados do SEBRAE, as mulheres que possuem ensino superior têm um rendimento 36% menor do que os homens. Essa é mais uma barreira cultural que limita o crescimento e expansão do empreendedorismo feminino.
Falta de oportunidade
Como você deve ter percebido que o empreendedorismo para as mulheres é marcado pela falta de oportunidades. Segundo o Ministério da Economia, as mulheres ocupam 42,4% dos cargos de gerência, 13,9% de diretoria e 27,3% de superintendência.
Elas são a minoria de CEOs nas grandes empresas. Uma pesquisa realizada pelo Insper juntamente com a Talenses mostrou que atualmente a probabilidade de uma mulher ser presidente de uma empresa brasileira é 50% menor do que ser diretora e 60% menor do que ocupar um cargo de vice-presidente.
No entanto, mesmo que devagar, essa é uma realidade que está mudando e a inclusão do gênero feminino nas organizações é uma pauta fundamental nessa transformação. Ela impacta em diferentes âmbitos do negócio, inclusive economicamente.
Veja agora por que o empreendedorismo feminino deve ser fomentado.

Por que é importante estimular o empreendedorismo feminino?
O estímulo ao empreendedorismo feminino e à presença das mulheres em posições de liderança são pautas muito discutidas nos dias atuais. Ainda mais ao longo de março, por ser o Mês da Mulher.
Nesse sentido, assumir um negócio próprio traz a elas empoderamento e uma nova perspectiva sobre a realidade.
Portanto, estimular o empreendedorismo feminino também é fundamental, pois traz ganhos para a sociedade, para a economia e para as empresas, de maneira geral.
Reduz as diferenças sociais – incentivar as mulheres empreendedoras ajuda a diminuir as diferenças de oportunidade entre homens e mulheres. Desse modo, contribui reduzir as disparidades de rendimentos entre eles.
Além disso, favorece o surgimento de ideias inovadoras, diversificando os negócios e atendendo inúmeras demandas mercadológicas e sociais.
Gera benefícios para a economia – além de oxigenar as ideias de negócio, a inclusão de novas empreendedoras teria um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Melhora o desempenho estratégico das empresas – por fim, as mulheres de perfil empreendedor podem aprimorar as estratégias das organizações, pois elas têm mais facilidade para desenvolver competências comportamentais que são valiosas em um mercado que requer dinamismo e flexibilidade.
Além disso, as empresas que investem e promovem um ambiente mais diverso e inclusivo se tornam mais competitivas e lucrativas. Logo, é mais um motivo e tanto para sua empresa incentivar o empreendedorismo feminino. Não acha?
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